O que é uma rede acadêmica e como ela se diferencia da internet comercial

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É muito comum confundir a rede acadêmica operada pela RNP com a internet brasileira. Afinal, a história das duas se mistura. Em junho de 1992, comemora-se a primeira conexão de internet no país, realizada na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. Dessa primeira conexão, surgiu a primeira rede de internet no Brasil, conectando dez estados e o Distrito Federal.  

A princípio, a rede tinha fins acadêmicos, para que pesquisadores brasileiros estivessem conectados entre si e com o mundo. A abertura da internet comercial só viria três anos depois, em maio de 1995. Nesse período, a RNP teve papel fundamental em conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância estratégica da internet para o país, conforme artigo do cientista de redes Michael Stanton

Antes de tudo, precisamos entender o que é uma rede acadêmica e como ela conecta pessoas e instituições de ensino e pesquisa no Brasil, assim como outras redes acadêmicas o fazem no mundo inteiro.  

“Graças a uma rede acadêmica, um pesquisador no Brasil pode colaborar em um projeto científico com um pesquisador na Europa, por exemplo. Esse compartilhamento de conhecimento vai muito além de uma conexão física, é um intercâmbio de ideias, que traz avanço científico e tecnológico para o país”, afirma a gerente de Comunicação e Marketing da RNP, Stela Tsirakis. 

A RNP opera a rede acadêmica nacional, a rede Ipê, uma infraestrutura que oferece não apenas acesso à internet de qualidade, mas também suporta a transmissão de grandes volumes de dados para projetos científicos e desenvolvimento de novas tecnologias. Para se ter uma ideia, a capacidade de uma rede acadêmica chega a ser até 1 mil vezes mais rápida do que a internet banda larga doméstica. 

Essa conectividade está presente em todas as unidades da federação pelos Pontos de Presença da RNP, e chega até as Organizações Usuárias por ramificações dessa rede, levando ao interior a mesma qualidade de conexão que chega às capitais. 

Assim como a RNP atua no Brasil, outras redes acadêmicas (ou NRENs, na sigla em inglês) exercem esse papel em diversos países. As NRENs também estão interconectadas para facilitar a colaboração e o intercâmbio de conhecimento em escala global, o que é chamado de GREN, ou Rede Global para Educação e Pesquisa. Exemplos de redes que atuam em nível continental incluem Internet2 nos Estados Unidos, RedCLARA na América Latina, e GEANT na Europa. Assista no vídeo a seguir da rede acadêmica do Canadá (Canarie) o que faz uma GREN.

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GREN

 

 

Sabemos que universidades e centros de pesquisa possuem um papel fundamental na promoção da transformação digital. São instituições que precisam se manter na vanguarda do conhecimento, procurando soluções para os desafios presentes e futuros de uma sociedade sustentável.   

Ao reunir a comunidade de ensino e pesquisa no Brasil, a rede acadêmica gera um valor público e um ambiente favorável para a cocriação de serviços, soluções e modelos inovadores. “Formamos uma comunidade com nossas organizações usuárias e a integramos globalmente. Porém, não fazemos nada sozinhos. Isso só é possível por meio de parcerias com todo o setor de Tecnologias da Informação e Comunicação, do Brasil e do mundo, com o governo e com as demais redes acadêmicas”, conclui Stela.