Com o avanço das tecnologias e o aumento da necessidade de armazenamento de dados, surgem novos desafios para datacenters, incluindo o consumo de energia, o custo de operação e o impacto ambiental. Neste contexto, os datacenters submarinos apresentam-se como uma solução inovadora. Instalados no fundo do mar, aproveita-se a água fria do oceano como meio de resfriamento natural.
Datacenters submarinos: Uma alternativa sustentável
Datacenters são fundamentais para a operação contínua de serviços digitais, desde redes sociais até plataformas de streaming. No entanto, eles consomem enormes quantidades de energia para manter as máquinas funcionando e resfriadas, o que gera alto uso energético e custo operacional.
Ao transferir esses centros de dados para o fundo do mar, é possível usar a água fria do oceano para resfriar os equipamentos de forma natural. Isso elimina a necessidade de sistemas de refrigeração complexos, reduzindo o impacto ambiental e promovendo uma operação mais sustentável e econômica.
Microsoft e Project Natick: Pioneiros em datacentes submarinos
A Microsoft foi uma das primeiras empresas a explorar essa ideia com o Project Natick, lançado em 2015. Em 2018, a empresa submergiu um datacenter com 864 servidores na costa da Escócia, alimentado por cabos submarinos.
Durante dois anos de operação, o datacenter submarino registrou uma taxa de falhas oito vezes menor em comparação aos centros terrestres e apresentou significativa economia de energia. A água fria do oceano se mostrou eficaz para resfriamento, contribuindo para uma redução nas emissões de carbono e nos custos operacionais.
Além disso, o Project Natick foi projetado com uma estrutura reciclável e alimentado por energia verde. Segundo Ronan Damasco, diretor de tecnologia da Microsoft Brasil, essa solução também facilita o avanço de tecnologias como inteligência artificial e Internet das Coisas, permitindo operações mais eficientes.
A expansão dos datacenters submarinos
Desde 2021, a China também tem investido em datacenters submarinos. Em parceria com empresas locais, foram instaladas infraestruturas próximas à Ilha de Haian em 2023, com capacidade de processamento equivalente a 60 computadores convencionais.
Empresas estatais como a Oil Engineering Company e Beijing Highlander apoiam esse projeto. Desenvolvido para resistir a fenômenos naturais e operar por até 25 anos, a previsão de entrada em funcionamento é 2025.
A adoção global dos datacenters submarinos pode transformar o futuro do armazenamento digital, conectando tecnologia e sustentabilidade para criar uma infraestrutura mais verde, com o oceano como aliado na otimização do consumo energético.